O velório do ator Emiliano Queiroz, que faleceu aos 88 anos devido a uma parada cardíaca, está sendo realizado neste sábado (5), na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, no Rio de Janeiro. A cerimônia, aberta ao público, começou às 11h e vai até às 15h, dando oportunidade aos fãs e amigos de se despedirem do artista. Após o velório, o corpo de Emiliano será cremado em uma cerimônia restrita à família, no crematório do Caju, às 17h. A decisão pela cremação foi um desejo expresso pelo ator, segundo seu secretário e assessor, Fernando Cézar, e será respeitada pela família.
Carreira marcante de mais de 70 anos
Nascido em Aracati, no Ceará, Emiliano Queiroz construiu uma carreira sólida e de grande importância na cultura brasileira. Ele começou sua trajetória artística aos 8 anos de idade, atuando no rádio e no teatro, e aos 15 fez sua estreia nos palcos. Nos anos 1960, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se estabeleceu como um dos principais nomes da televisão, cinema e teatro no Brasil. Sua longa parceria com a TV Globo começou na inauguração da emissora, onde participou de mais de 40 novelas, além de seriados e minisséries.
Entre seus papéis mais icônicos na televisão, destaca-se o personagem Dirceu Borboleta, da novela “O Bem-Amado” (1973), que se tornou um de seus trabalhos mais lembrados pelo público. Emiliano também esteve em grandes sucessos da teledramaturgia brasileira, como “Senhora do Destino” (2004) e “Éramos Seis” (2020). Além disso, o ator voltaria aos palcos em janeiro de 2024 com a peça “A Vida Não é Justa”. No cinema, seu trabalho mais recente foi no filme “Avenida Beira Mar”, que está em exibição no Festival do Rio.
Uma vida pessoal reservada e cheia de amor
Emiliano Queiroz era casado há 51 anos com Maria Letícia, atriz e advogada de 77 anos. Juntos, eles ajudaram a criar 14 filhos e tiveram uma vida familiar intensa, com oito netos e três bisnetos. Apesar de reservado quanto à sua vida pessoal, Emiliano sempre demonstrou grande carinho pela família. O casal se conheceu em 1972, e a história de seu encontro foi relatada por ele no livro “Emiliano Queiroz, Na Sobremesa da Vida”, escrito por Maria Letícia e adaptado para o teatro em 2012.
No livro, Emiliano relembrou o início de seu relacionamento com Maria Letícia, destacando a previsão feita por uma amiga, que afirmou que ele encontraria sua futura esposa em breve. Quando conheceu Letícia, ficou encantado de imediato, e o casal se casou em 28 de fevereiro de 1973, em Brasília, na fazenda dos pais dela. A união foi marcada por companheirismo e pelo apoio mútuo ao longo de décadas.
Legado de Emiliano Queiroz
Com uma carreira que abrangeu sete décadas, Emiliano Queiroz deixa um legado inestimável para as artes no Brasil. Seu talento e versatilidade conquistaram gerações de telespectadores e fãs, tanto no teatro quanto na televisão e no cinema. Além disso, sua dedicação ao ofício inspirou muitos jovens atores e atrizes ao longo dos anos.
O Brasil se despede de um dos grandes nomes de sua cultura, e sua memória será eternizada pelos papéis icônicos que desempenhou e pelo carinho com que era tratado por colegas e pelo público. O legado de Emiliano Queiroz continua vivo em suas obras, que permanecerão na história da dramaturgia brasileira.